Enquanto o clima de festa toma conta de São Joaquim do Monte durante o mês de junho, com 17 atrações se apresentando no tradicional São João do município, um dado chama a atenção e levanta questionamentos sobre prioridades na gestão pública: o município figura entre os que mais investem em cachês artísticos, mesmo tendo o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os dez que mais gastam com as festividades juninas em Pernambuco.
De acordo com dados do Portal de Transparência dos Festejos Juninos, lançado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), São Joaquim do Monte irá desembolsar R$ 600 mil com apresentações artísticas entre os dias 1º e 29 de junho. Apesar de movimentar a economia local e atrair turistas, o número contrasta com a realidade social do município, que possui o pior IDH entre as cidades listadas: pontuando apenas 0,537.
O ranking divulgado pelo MPPE revela que, dos 10 municípios pernambucanos com os maiores gastos em cachês, oito estão entre os de piores condições de vida no estado, de acordo com o IDH. Apenas Caruaru (com R$ 13,88 milhões em investimentos) e Vitória de Santo Antão (R$ 2,69 milhões) estão fora desse recorte.
Municípios como Itapetim (IDH 0,592), Ibimirim (0,552), Saloá (0,559) e Camocim de São Félix (0,558) também figuram no levantamento com gastos expressivos, assim como Tacaimbó, Flores e Jaqueira. Mesmo cidades com populações pequenas, como Tacaimbó (com apenas 1.277 habitantes), direcionaram valores significativos aos festejos.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e leva em conta três dimensões: renda, educação e saúde.